20 agosto 2020

HISTÓRIA 8 B e C - 3º BIMESTRE

Conteúdo: Segundo Reinado
HABILIDADES:.Identificar, comparar e analisar a diversidade política, social e regional nas rebeliões e nos movimentos contestatórios ao poder centralizado, durante o período regencial do brasil
Texto: O Brasil do Segundo Reinado: política e economia 
Por João Pedro Ricaldes dos Santos 
Durante quase todo o século XIX o principal produto de exportação brasileiro foi o café. Seu desenvolvimento foi estimulado pela crescente procura por este produto no mercado internacional e por novas técnicas de industrialização e de transporte. A economia cafeeira foi acompanhada pela transição do trabalho escravo para trabalho livre, pela imigração em massa e pelo surto industrial causado pela Tarifa Alves Branco. Desenvolveu-se inicialmente nas proximidades da cidade do Rio de Janeiro e dali se expandiu para o vale do Rio Paraíba do Sul. Esta região fluminense liderou a produção cafeeira entre 1830 e 1880, período em que se repetiu a estrutura produtiva utilizada no ciclo açucareiro: latifúndio monocultor e escravista. Também se verifica nesta fase o predomínio de uma mentalidade tradicional e de uma ideologia monarquista. Tarifa proposta e elaborada pelo então Ministro da Fazenda, Manuel Alves Branco visando solucionar o grande déficit financeiro pelo qual o país estava passando. Assinada em 1844, estabelecia que cerca de três mil artigos importados passariam a pagar taxas que variavam de 20 a 60%. A maioria foi taxada em 30%, ficando as tarifas mais altas, entre 40% e 60%, para as mercadorias estrangeiras que já poderiam ser produzidas no Brasil. Para as mercadorias muito usadas na época, necessárias ao consumo interno, foram estabelecidas taxas de 20%. A partir da década de 1870 o interior paulista passa a liderar a produção e a exportação do café. Surge nesta região uma nova mentalidade nas elites rurais, marcadamente empresarial. O lucro do café passa a ser investido em atividades diversificadas, tais como, a indústria têxtil, o transporte ferroviário (trens e bondes), companhias de iluminação a gás e até no mercado de ações. Muda também ideologia política, pois nesta região se manifestam as primeiras propostas republicanas. Portanto, verifica-se nas décadas de 1850 a 1870, na chamada fase do Vale do Paraíba, uma tendência econômica de restauração e fortalecimento da estrutura agroexportadora e escravista, associada a uma tendência política de apoio ao regime monárquico. Já nos anos 1880, na fase do “Oeste Paulista” a tendência predominante na economia é a articulação entre café e os investimentos industriais (bens de consumo), associado a uma tendência política de oposição à monarquia, o que daria surgimento ao Partido Republicano (1871). Paralelamente à “marcha do café” a escravidão declina em todo o mundo. No Brasil, o fim da escravidão teve caráter gradativo devido ao interesse das elites rurais em adiar ao máximo a abolição. Avanço do Café durante o II Reinado O primeiro passo jurídico para o fim da escravidão foi a proibição do tráfico negreiro, determinado pela Lei Eusébio de Queiróz (1850), que atende a compromisso com Inglaterra assumido desde o Tratado de Comércio de 1810. O objetivo inglês era aumentar o mercado consumidor, ao deslocar capital de compra de escravos para compra de bens industriais. A principal consequência da Lei foi o crescimento da imigração europeia para acompanhar a expansão das fazendas de café. A pressão inglesa pelo aumento do mercado consumidor contribui para a luta dos abolicionistas da classe média, mas os escravos também pressionam pelo fim da escravidão, através de fugas em massa. Quando finalmente foi abolida, em 1888, apenas 5% dos trabalhadores ainda eram escravos no Brasil, ao passo que esta marca era de 60% no ano da independência (1822). Os empresários do café não esperaram a Abolição para fazer uso do trabalho assalariado nas suas fazendas. A expansão do café e o fim do Tráfico Negreiro constituíram-se no principal fator interno de estímulo à imigração europeia no final do século XIX. O principal fator externo que impulsionou a imigração foi o conjunto de guerras de unificação na Itália e na Alemanha de meados do século XIX. Em seus primeiros momentos a imigração foi de caráter privado, organizado pelos próprios fazendeiros, o que gerou o endividamento dos colonos europeus e até o uso de práticas escravistas no trato com trabalhadores livres. A partir da década de 1870, o Estado brasileiro subsidiou a viagem dos imigrantes atacou a mentalidade ainda escravista e fazendeiros do café.
Atividade
1- Leia o texto e cite as principais atividades econômicas durante o Segundo Reinado
2- Cite os principais produtos comercializados nesse período
3- Fale sobre o processo de transição entre o trabalho escravista para o trabalho livre.
4- Atividade complementar: Assista a videoaula disponível no canal do Centro de Mídias no Youtube e realize as intervenções propostas pelos Professores Janaína Rodrigues Jardim - Professora de História e Carlos Néri
Enviar a atividade para o e-mail: wagnerbonifacio@prof.educacao.sp.gov.br
Entregar em 04 de Setembro de 2020

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