Conteúdo: Segundo Reinado
HABILIDADES:.Identificar, comparar e analisar a diversidade política, social e
regional nas rebeliões e nos movimentos contestatórios ao poder centralizado,
durante o período regencial do brasil
Texto: O Brasil do Segundo Reinado: política e economia
Por João Pedro Ricaldes dos Santos
Durante quase todo o século XIX o principal produto de exportação brasileiro foi o
café. Seu desenvolvimento foi estimulado pela crescente procura por este produto
no mercado internacional e por novas técnicas de industrialização e de transporte.
A economia cafeeira foi acompanhada pela transição do trabalho escravo para
trabalho livre, pela imigração em massa e pelo surto industrial causado pela Tarifa
Alves Branco.
Desenvolveu-se inicialmente nas proximidades da cidade do Rio de Janeiro e dali
se expandiu para o vale do Rio Paraíba do Sul. Esta região fluminense liderou a
produção cafeeira entre 1830 e 1880, período em que se repetiu a estrutura
produtiva utilizada no ciclo açucareiro: latifúndio monocultor e escravista.
Também se verifica nesta fase o predomínio de uma mentalidade tradicional e de
uma ideologia monarquista.
Tarifa proposta e elaborada pelo então Ministro da Fazenda, Manuel Alves Branco
visando solucionar o grande déficit financeiro pelo qual o país estava passando.
Assinada em 1844, estabelecia que cerca de três mil artigos importados passariam
a pagar taxas que variavam de 20 a 60%. A maioria foi taxada em 30%, ficando as
tarifas mais altas, entre 40% e 60%, para as mercadorias estrangeiras que já
poderiam ser produzidas no Brasil. Para as mercadorias muito usadas na época,
necessárias ao consumo interno, foram estabelecidas taxas de 20%.
A partir da década de 1870 o interior paulista passa a liderar a produção e a
exportação do café. Surge nesta região uma nova mentalidade nas elites rurais,
marcadamente empresarial. O lucro do café passa a ser investido em atividades
diversificadas, tais como, a indústria têxtil, o transporte ferroviário (trens e
bondes), companhias de iluminação a gás e até no mercado de ações. Muda
também ideologia política, pois nesta região se manifestam as primeiras propostas
republicanas.
Portanto, verifica-se nas décadas de 1850 a 1870, na chamada fase do Vale do
Paraíba, uma tendência econômica de restauração e fortalecimento da estrutura
agroexportadora e escravista, associada a uma tendência política de apoio ao
regime monárquico. Já nos anos 1880, na fase do “Oeste Paulista” a tendência
predominante na economia é a articulação entre café e os investimentos
industriais (bens de consumo), associado a uma tendência política de oposição à
monarquia, o que daria surgimento ao Partido Republicano (1871).
Paralelamente à “marcha do café” a escravidão declina em todo o mundo. No
Brasil, o fim da escravidão teve caráter gradativo devido ao interesse das elites
rurais em adiar ao máximo a abolição.
Avanço do Café durante o II Reinado
O primeiro passo jurídico para o fim da escravidão foi a proibição do tráfico
negreiro, determinado pela Lei Eusébio de Queiróz (1850), que atende a
compromisso com Inglaterra assumido desde o Tratado de Comércio de 1810. O
objetivo inglês era aumentar o mercado consumidor, ao deslocar capital de
compra de escravos para compra de bens industriais. A principal consequência da
Lei foi o crescimento da imigração europeia para acompanhar a expansão das
fazendas de café.
A pressão inglesa pelo aumento do mercado consumidor contribui para a luta dos
abolicionistas da classe média, mas os escravos também pressionam pelo fim da
escravidão, através de fugas em massa. Quando finalmente foi abolida, em 1888,
apenas 5% dos trabalhadores ainda eram escravos no Brasil, ao passo que esta
marca era de 60% no ano da independência (1822).
Os empresários do café não esperaram a Abolição para fazer uso do trabalho
assalariado nas suas fazendas. A expansão do café e o fim do Tráfico Negreiro
constituíram-se no principal fator interno de estímulo à imigração europeia no final
do século XIX. O principal fator externo que impulsionou a imigração foi o conjunto
de guerras de unificação na Itália e na Alemanha de meados do século XIX. Em seus
primeiros momentos a imigração foi de caráter privado, organizado pelos próprios
fazendeiros, o que gerou o endividamento dos colonos europeus e até o uso de
práticas escravistas no trato com trabalhadores livres. A partir da década de 1870,
o Estado brasileiro subsidiou a viagem dos imigrantes atacou a mentalidade ainda
escravista e fazendeiros do café.
Disponível em: https://www.algosobre.com.br/historia/segundo-reinado-economia-politica-e-manifestacoes-culturais.html. Acesso em: 20 agosto. 2020.
Atividade1- Leia o texto e cite as principais atividades econômicas durante o Segundo Reinado
2- Cite os principais produtos comercializados nesse período
3- Fale sobre o processo de transição entre o trabalho escravista para o trabalho livre.
4- Atividade complementar: Assista a videoaula disponível no canal do Centro de Mídias no Youtube e realize as intervenções propostas pelos Professores Janaína Rodrigues Jardim - Professora de História e Carlos Néri
Enviar a atividade para o e-mail: wagnerbonifacio@prof.educacao.sp.gov.br
Entregar em 04 de Setembro de 2020
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